sexta-feira, junho 18, 2010

Mais uma perda: José Saramago

O mundo amanheceu menos carregado (no péssimo sentido). Morreu hoje um daqueles que, com suas letras, nos ajudam a pensar sob a égide da razão com doses generosas de humanismo. José Saramago.


(Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922 — Lanzarote, 18 de Junho de 2010)


Pior que espécies como essas há muito que estão em processo de extinção...


quinta-feira, junho 17, 2010

Inveja que só aleja... não mata...


Inveja dos hermanos. Os caras tão jogando pacas. Não nego que torço pelo Maradona nessa Copa - não só pelo nome (hehehe). É quase que sentimento lúdico nesses tempos em que os técnicos frios e calculistas prevalecem. Ou talvez porque o cara deixou sua posição divina no imaginário argentino pra 'descer ao mundo dos vivos' e assumir a batata-quente-assada-em-caldeira que é o comando da alvi celeste. Questiona-se sua forma de trabalho ou até da 'ausência' de opções táticas. Bom... tão ganhando... e bonito... Autêntico futebol argentino clássico e elegante... igual ao tango...

Um técnico carregado num time carregado, pois...

... mas a Copa só começou... acompanhemos...

sexta-feira, junho 11, 2010

Futebolês

Sempre fui um fanático por futebol. Acho uma expressão artística. Para este que escreve, se constitui numa imbecil tese acadêmica (???) perseguir ou discorrer pérolas do tipo: "futebol provoca alienação"; "ah... que é isso... futebol é coisa pra dementes com pernas, sem cérebro...". Voltando sempre a comentar sobre a 'transferência de responsabilidade', o brasileiro - melhor... alguns seres pensantes do Brasil - novamente 'caga no pau' quando coloca a culpa nos outros, nas atividades culturais ou nos objetos, sobre suas pendengas com o bem estar sócio-político. É evidente que um sujeito que não deixa de ver TV, de jogar sinuca ou 'jogar bola' nem que seja no momento do acasalamento não terá um senso crítico do estado das coisas. Sim. Mas isso não diz sob forma alguma que o futebol (à novela, à festa, a MTV - hehehe... peguei pesado - ou o que o valha...) tem culpa nisso. É uma questão de gosto, de vontade, de entretenimento - coisas que nem Einstein escolheria: letra e) NDA...

A propósito, estou lendo um interessantíssimo livro do Aldo Rebelo (deputado federal do PCdoB-SP) sobre o contexto do derby Palmeiras versus Corinthians realizado em 1945 para angariar grana para o antigo MUT (Movimento Unificador dos Trabalhadores), braço sindical do PCB, que fora legalizado naquele ano de fins do Estado Novo. O Rebelo é um palestrino doente (assim como o rabiscador deste blog). O livro já me fisgou no prefácio quando propõe o futebol enquanto simulacro de conflito bélico para o qual é possível canalizar emoções e construir SENTIDOS DE PERTENCIMENTO. Muito bacana. Recomendo (se é que isto importe em alguma coisa...).

Mas voltando a minha paixão pela pelota. Em minha infância, preenchi as fileiras dos moleques que vivem para ser jogador de futebol. Sonhava - dormindo ou não - com isso. Como ocorre com a absoluta e absurda maioria, caí na real e me concentrei mais nos estudos e outras coisas. Mas volta e meia meto-me em uma pelada descompromissada de fim-de-semana. Acho um esforço físico bem mais prazeroso do que a simples caminhada ou coisa que o valha. No tocante ao time do coração, houveram muitas ocasiões às quais o 'Parmera' me arrancou lágrimas de sofrimento e estontiantes alegrias (ultimamente prevalecendo a primeira...). Claro e evidente que o futebol, assim como tudo na vida, readequou-se ao padrão do mundo globalizante hegemônico: por trás de qualquer atividade cultural de grande presença entre os povos, zilhões em dinheiro. Fato. Mas ainda enxergo a pureza e o amor verdadeiro pelo seu time ou esquadra nacional.

Tem também a nossa canarinho, claro. Quem não torce pra seleção??? Nosso esquadrão verde-e-amarelo sempre belisca alguma coisa. Nosso futebol é o melhor do mundo. Outro fato. Tenho esperanças nessa Copa. Todo mundo está esculhambando o Dunga, mas o cara vem ganhando tudo ultimamente. Claro que queremos ver o espetáculo e grandes jogadas, mas acima de tudo queremos ganhar, nem que o time quase inteiro seja composto por volantes, hehe. Prova maior disso é a Copa de 82 onde tínhamos uma das maiores seleções de todos os tempos, com o futebol refinado e elegante do Sócrates, e o Zico (dispensa cometários). Veio a Itália com aquele esquema mais manjado que o Sílvio Santos e... decepção.

Essa é a época do futebol. Bilhões de pessas acompanham o Mundial da FIFA. Portanto, dá licença que vou ver Eslovênia versus Argélia... só na Copa mesmo...

(putz... que frango do goleiro argelino...)