terça-feira, março 27, 2012

Waters e o muro... ao alcance das mãos e dos olhos!

Taí um casamento perfeito entre arte e história. Todo o trabalho do Roger Waters mostra e deixa claro que a arte também pode ser bela quando se inclui temáticas sócio-políticas que contribuem com a reflexão da caminhada humana. Como sou um louco varrido por história, sobretudo a contemporânea, enlouqueço ao ver esse elo, ainda mais com a etiqueta floydiana na concepção.

The Wall narra a trajetória do órfão (de pai - morto na Segunda Guerra Mundial) Pink, superprotegido pela mãe, é pré-moldado a "verme", junto a sua geração, na escola (pode-se retirar as aspas), que com o passar dos anos torna-se o Sr. Floyd, uma estrela do rock que vê seu precoce casamento desmoronar.   A vida consumista carente de significância e significado mostra claramente e referenda o caos da humanidade. Seus traumas (postos a prova durante todo o enredo) se constituem em literais pedras que juntadas formam sua bolha individual, seu muro, ao ponto do mesmo desistir do mundo, isolando-se/isolado, com um novamente literal "adeus, mundo cruel". O muro chega ao ápice (intransponível em Hey You). O sentimento sofrido enxerta sua mente CONFORTAVELMENTE ENTORPECIDA. Sua ingenuidade, transformada em arrogância, o torna um fascista sanguinário líder de uma filosofia fascista/facínora. O sofrimento muta-se em terror. Diante de um diálogo incessante entre todas as suas etapas de vida Pink torna-se um reú, onde todas as personificações repressoras de sua trajetória atuam enquanto promotores e os culpam veementemente pelo ser a qual se tornou. Por fim, um fio de esperança se estabelece com a queda do muro e o florescimento estampado em um moleque brincando com as cinzas da destruição bélica.

Algo a ver com a realidade?




Detalhe: isso é a materialização de um disco conceitual, transformado em show, que virou filme. 

domingo, março 04, 2012

UMA história do Rock Brasileiro

Boys and Girls! Mais um achado das pesquisadas pelo vasto elenco de conteúdo que a NET nos apresenta. Não é costumeiro vermos a trajetória do Rock brasileiro de forma sistematizada, em vídeo. Não mesmo. Conheço duas "histórias do rock". Uma me foi apresentada pela Laurita Dias há um bom tempo. A outra tenho comigo também há um tempo. Trata-se de uma produção da BBC, intitulada "As Sete Eras do Rock". Pra quem gosta de história e, sobretudo, pra quem é amante do Rock'n'Roll são literaturas indispensáveis. No meu caso que navego nos dois vieses tornam-se obrigação vital.

Ambos tratam do Rock'n'Roll internacional, notoriamente a cena musical dos EUA e da Inglaterra. Justo. São produções daqueles países. Razões históricas referendam tal recorte geográfico. Essa galera forneceu o combustível para o desenvolvimento da cultura rocker. POR RAZÕES HISTÓRICAS tornaram o Rock'n'Roll universal, ao lado do jazz e da música clássica. Porém estamos falando de algo que surgiu (ou pelo menos internacionalizou-se) nos anos 50. E os formatos tradicionais? E o folk de cada localidade do mundo? Pois bem, nasce a beleza do diálogo de culturas. Tal diálogo transcende razões econômicas, ideológicas e tal (mesmo que por vezes sejam utilizadas a serviços dessas razões).

O texto não seguiu conforme pensava, mas tem a ver. Voltando à trajetória do Rock, da música pop, da indústria fonográfica; trago aqui no blog um achado no YouTube. Trata-se da História do Rock Brasileiro, que, de acordo com as imagens, fora produzido pela Sesc TV. Vale demais à pena conferir pelo testemunho dos atores e atrizes dos acontecimentos, assim como minha mãe, meu pai, sua mãe, seu pai, tio, avô e por aí vai. Lembra o "História do Rock'n'Roll" do qual falei no início do post? Generalizações ocorrem aos montes. Quem conhece alguma fase, ou década, ou cena, pode sentir falta deste ou daquele artista ou grupo. Compreendendo isto, temos um fonte histórica de conhecimento da realidade. Outra coisa. VALE MUITO PELA PERCEPÇÃO DE QUE AS TENDÊNCIAS MUSICAIS, COMO TUDO NA VIDA, PARTICIPAM DE UM PROCESSO. PORTANTO, NADA É TÃO NOVO QUANTO POSSA PARECER. Claro, TUDO PODE SER ORIGINAL À SUA MANEIRA.

O documentário em epígrafe apresenta o desenrolar do Rock brasileiro ao longo das décadas de 50 aos 90's e 2000's. Vamos aqui desde Cely Campelo aos Los Hermanos. Pela antiguidade da produção, fomos poupados da cena puramente mercadológica dos últimos 5 anos. Porém, perdemos várias cenas independentes que rolam atualmente a pleno vapor. Mesmo assim, somos apresentados à Revolução das comunicações cujo resultados percebemos com força nos dias correntes. Passamos do Rockabilly brasileiro, Jovem Guarda, ao progressivo, ao punk, ao BRock, ao Hip Hop, ao indy. Tudo com o vasto tempero regional brasileiro (detalhe para o manguebeat). Nos últimos dois vídeos, uma homenagem ao Roberto Carlos. Pela audácia da sistematização, gostei muito. Pelo gosto por tudo o que foi apresentado, C-A-R-A-L-E-O!

Um adendo: Muita coisa acontece À DERIVA da cena de massa. Mas o "Eixo" delineia formas, não há como negar.

Créditos ao tal do kalextavares pela disponibilização do material. Os links foram encontrados no YouTube.

Pipocas, cervejas, bistecas, cachaças e valha-me Deus:

sábado, março 03, 2012

Regueiros Guerreiros

Uma prova de que a cultura de ampla absorção pode ser engajada e realista. Sem contar a magnífica experiência pessoal dos caras da Tribo de Jah. Reconheço que demorei demais em listar aqui no Visão Noturna...