quinta-feira, dezembro 05, 2013

Pitacos da madrugada... #1

Qual foi o dia em que a esquerda governou este país de fato? O que vejo é um partido que ocupa a Presidência da República, forjado na classe trabalhadora (isso ninguém pode negar...), rodeado pelas mesmas figuras emblemáticas de velhos tempos que ocupam os mais diversos cargos de representação (olhem um por um quem são senadores, deputados federais e estaduais, governadores, etc), em sua ampla maioria sanguessugas de um Estado engessado ainda bastante similar ao da ditadura civil-militar, ou seja, tendo nós, povo que trabalha, enquanto seus inimigos (sim, somos nós, inclusive - e sobretudo - o "povo do Bolsa-Família). Se a proposta é procurar os responsáveis por isso, a lista é gigantesca e vem de longe. Não vou nem falar no papel de determinados medalhões e seus órgãos de imprensa nesse processo...

Focando neste governo federal (que não é socialista), vejo que o PT entrou na "dança pra dançar", com ou sem "mensalão". Jogou o jogo, fez alianças, reuniu blocos distintos da representação social, de empresários e latifundiários a representações das classes camponesa e operária. NÃO É UM GOVERNO DE ESQUERDA, mas de "coalizão", com o PT à frente (o que não representa o "poder em excelência", longe disso). Sabe a Reforma Política que a Dilma disse que faria em resposta aos protestos, a história do plebiscito e tal? Morreu antes de nascer. O boicote veio das mesmas figuras citadas no parágrafo anterior. [Movimentos Sociais estão em campo para não deixar a ideia morrer].

De todos esses programas do governo federal, nada sofreu mais achincalhagem que o Mais Médicos. Simples. Evidenciou o Brasil que não se quer ver, repleto de desigualdades, não só econômicas, mas culturais da sociedade e suas camadas de privilégios, fato que, em minha opinião, faz cair por terra a história de que somos um povo igual perante a lei e que a lógica do cada um por si resolverá o problema (a bajulada meritocracia, a musa de muita gente). Estamos tão distantes de uma "democracia de todos" (ponha aspas nisso aí...) que a exclusão é uma grande salada de diversos segmentos socioculturais, todas reunidas, claro, na classe que trabalha (sim, somos nós, inclusive - e sobretudo - o "povo do Bolsa-Família").

Não consigo enxergar o Brasil de outra forma. O Brasil da dança, que todos, de uma forma ou de outra, somos impostos a dançar... Qual nosso papel nisso, além de votar?!?

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