terça-feira, abril 08, 2014

Diálogo à moda da casa

Andei bem sem saco para escrever nos últimos tempos. Ando lendo uma porrada de coisas por aí, quase tudo sobre a conjuntura curiosa a qual vivemos. Nela percebe-se a iminência de algumas opiniões apaixonantemente insanas. Outrossim, nenhuma delas são comparadas aquele velho, tradicional e cada vez menos prestigiado meio de comunicação de massa: a TV aberta brasileira.

Recentemente vi uma louca notícia de uma criança de 9 meses presa no Paquistão. Meio que traçando paralelos, remonto a um debate socialmente relevante, porém, penso, pouco aproveitado em virtude da grande contribuição que o desserviço de alguns órgãos de mídia e seus porta-vozes nos acometem diuturnamente (sobretudo nesta conjuntura): a questão da maioridade.

Tem muita coisa séria escrita e dita por gente bacana e que entende e colabora decisivamente a discussão, apontando prós e contras, focando no papel que a educação tem no desenrolar das gerações, dentre outras questões cruciais. Não terei a pretensão, por hora, de trazer essas pessoas e ideias que, repito, são interessantíssimas ao debate. A intenção desse post é um tipo de debate em específico.

Na falta de internet aqui em casa (caiu o sinal de novo), ligo a TV e me deparo com aqueles programas policialescos da tarde. Pensei em exercitar a maneira e o traquejo que esses caras utilizam sem a menor cerimônia. Daí resolvi fazer um contraponto sobre a redução da maioridade penal, ao modo deles (e de algumas outras figuras do horário nobre, dos jornais, das revistas e, claro, sem esquecer dos fieis seguidores nas redes sociais). Essa seria minha primeira réplica:

Se no Brasil a reduzimos de 21 para 18, se atualmente alguns a querem com 16, virão 12, 10 num futuro... ladeira abaixo para os 9 meses do garoto do Paquistão... quem sabe não a reduzimos até o pai e a mãe, biológicos, de um moleque que ainda está para nascer terem retidas suas respectivas genitálias que estão "a serviço da criminalidade, da bagunça e da desordem que assola o país nos últimos 12 anos" (sic).

Depois fiquei pensando no quão psicótico seria um desses opinadores de jornalão bradar aquilo "que o povo inteiro quer dizer e não tem oportunidade:

- Esterilizem esse futuro pai de marginal!"

Graças aos deuses a Internet voltou nesse meio tempo.

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